quinta-feira, julho 06, 2006

29 de junho de 2006

São 9h e pouco em barcelona e menos uma hora em Lisboa.

Eu sabia que estes papeis iriam servir para alguma coisa. Assim vou começar o que desesperadamente vou tentar que não seja um diário.

Acordei ainda algumas vezes durante a noite. Ouvi o Rui sair. Acordei, adormeci, acordei, adormeci e finalmente depois de uma rápida troca de palavras com a Rita que estava de saída levantei-me.

Bom dia Espanha!!
Bom dia Barcelona!!!!!
Bom dia Calle não sei das quantas!!!!!
Bom dia vizinhos e moradores desta Calle!!!

Não vou escrever nada importante por isso nada de grandes descrições. Mas vou dizendo algumas coisas sucintas. Ontem cheguei ao Aeroporto de Barcelona e apanhei o autocarro até à Praça Catalunha onde tinha combinado encontrar-me com o Rui. Como bom anfitrião não estava no local à hora prevista. É o maior. Que se lixe! Aproveitei para dar uma vista de olhos pela Praça. Bonita por sinal. Reparei no movimento que a circunda. Gente. Muita gente. É claro que esperei algum tempo. Só para terem uma ideia já conheço a Praça e as suas entranhas melhor que eles dois (Rita e Rui). Por isso o nosso primeiro encontro começou de forma insólita. No caminho para casa deles que demorou meia hora (com paragens para me deslumbrar com o desconhecido) falei-lhes das pequenas maravilhas da Praça Catalunha e o que ela oferece a quem nela deposita um bocadinho do seu tempo. Tinham ido ao cinema...... Bom sem comentários, mas até teve graça.
ah é verdade activei o roming, mas parece que também isso não resulta. Não consigo inscrever-me em nenhuma das redes. Diga-se que isso não dá jeito, profissionalmente falando.

Que cheiros intensos. À noite quando chegavamos a casa e andavamos pela rua deles senti o cheiro intenso a caril. Que força.... parecia que estava à minha frente um prato indiano qualquer numa mesa enorme cheia de comida e indianos à volta a comer. Pelo menos foi o que eu imaginei. Eles disseram-me que aqui há de tudo. Pessoas de todo o mundo. Dominicanos, Uruguaios, Brasileiros, Argentinos, Portugueses, Italianos..... Bom e a lista continua. Acrescento que eles vivem num bairro chamado Barceloneta. Um antigo bairro de pescadores onde os prédios são antigos e têm um aspecto pobre. Muito bonito por natureza. Acreditem.
Esquecime de contar outra coisa.
Ontem à noite às duas da matina comemos uma pratada de massa feita pelo Rui. Que delicia. E a fome que tinhamos... meu Deus.
Estou em tortura neste momento em que vos escrevo estas palavras. Já vos explico porquê.
Que tesouro que foi aquela pratada. Estavamos todos com fome. Ontem à noite inauguramos também o registo fotográfico que eu gostava de fazer. (já estou a escrever à pressa). Quero tirar fotografias. Quero registar. Quero me lembrar. Que sentir. Recordar.

A caminho do fim do meu tormento adiciono que hoje ao chegar à varanda e ao confrontar-me com os vizinhos do prédio da frente a 3 metros de mim e a 20 metros do solo senti um odor como nunca antes tinha sentido. Café. Sem fonte identificada senti um odor a café como nunca antes na minha vida tinha sentido. Olhei em volta, para as varandas, para as casas e ninguém se acusou. Tudo vazio. Que cumplicidade. Mesmo que muitos não falem a mesma língua. O mundo juntou-os. A vida, os seus sabores, odores e sentires são os mesmos.

Que vida.......... que tormento o meu.
E sabem porquê? Porque estou literalmente a 3 passos da àgua do mar. Na praia com um calor abrasador. Escrevo, ao que me parece ser à horas, estas primeiras impressões. Que tortura................ Bom agora..........
Puta madre. Conho. Me voi a banhar.......................
........................
............ entrar na àgua
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................... mergulhar
.......................
......................
............................. nadar
..........................
......................... sentir o frio da àgua em todo o corpo
....................
........................
............... mergulhar e nadar debaixo de àgua
................... o máximo de tempo possível
......................
..............
.................... sentir a cara gelada
................
...............
...................
...........................
.........................
........................
...........
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Que puta, que liberdade. Que banho. Senti-me feliz.


A praia já está cheia. Tenho gente colada a mim.

Parece que está na hora de me ir.

Estou muito bem aqui, mas quero ir a outros sitios.

Quero ir ver

Sentir

Talvez ao museu Picasso daqui a pouco

Quem é esse gajo? .. Quem é realmente............. e estas pessoas que me rodeiam.........................
A mãe que põe creme na cara do filho.
Todos estes velhinhos
Todas estas pessoas...........

.... Bom está mesmo na hora de ir. Já entrei na pseudo-filosofia e na verdadeira parvalheira